Hoje foi um dia bem especial que já começou atípico. Uma pessoa se acidentou e chamaram o resgate. Como ele demorou uns 40 minutos para chegar, a aula começou atrasada. Fizemos os aquecimentos, mas sem a dança inicial. Um dos exercícios era: 1) Deitados, tivemos de trazer um riso, uma gargalhada. Foi hilário. Depois, na bio, o Andreoli tirou o JP e eu da roda. Fizemos a bio e o kindalini de mãos dadas. Depois tocou um forró e a gente dançou juntinho, e foi bom porque já criamos uma conexão para a cena. O JP tava super nervoso por não ser ator e tal, mas eu achei um presente poder fazer a cena com ele. Começamos aquecendo , pulando e batendo nos joelhos, mesclando com caminhada. Aí o Andreoli colocou uma musica e disse para o JP que ele teria 3 minutos para me convencer a sair com ele no sábado. E ele, bico doce, me xavecou pra caramba!!! Foi engraçadíssimo. Depois, ele sentou em uma cadeira e com uma musica do Portishead eu tive de seduzi-lo sem tocá-lo. Tava toda sensual e de repente ele me deu um empurrão que eu caí no chão do outro lado da sala. Aquilo foi pior que o tapa na cara! Levantei com o olhar pegando fogo. Aí fomos pra cena de “Céu de Suely”. Ele passa o texto rapidinho com a gente, mas não quer que decoremos nem nada, só para saber o caminho da cena. Eu sentei na janela e o Andreoli me deu o celular dele pra eu mandar uma mensagem pra alguém e me concentrar nisso. Fui escrevendo e me tranqüilizando, nem a câmera na minha cara me abalou. Fiquei tranqüila, afinal, tinha algo para fazer e começamos a cena. Tava fluindo mas o Andreoli cortou e começamos de novo. Foi uma delicia, super leve no começo, e eu tava ali inteira, ouvia tudo, respondia, bem tranqüila. A cena era: eu estava num mercado e chega um funcionário. Eu tento vender uma rifa e o prêmio sou eu. Ele se indigna um pouco, e eu até consegui brincar, mostrando minhas tatuagens pra tentar convencê-lo de comprar a rifa, mas ele se invoca e começa a me chamar de “puta” e me expulsa do lugar. Porradaria rolou solta! Eu dizendo que não sou puta e que ele é viado, até que jogo um lixão nele e ele me puxa pelos cabelos e me bate até eu ir embora, alias, o Andreoli me mandou sair da sala porque o JP tava com o capeta no corpo!!! Quando voltei recebi o abraço do Andreoli, do JP e de todos da turma, que estavam super entusiasmados com a cena. Que pra mim foi um tesão de fazer! Nunca fiquei tão tranqüila e tão à vontade. Foi maravilhoso! Pela primeira vez na vida: EU FIZ CINEMA! E realizei um sonho muito antigo e comprovei que eu fui feita pra isso. O Andreoli elogiou, disse que tava vivo e estávamos presentes em cena. Quando saímos fomos almoçar no chinês, eu, JP, Daniel, Manu e Jú. Conversamos bastante sobre a profissão. Mas acho que o que mais vai ficar deste curso é que eu preciso relaxar pra poder deixar as coisas acontecerem, deixar fluir. Ser menos ansiosa e aproveitar os momentos que não estiver trabalhando, para fazer cursos e conhecer pessoas, como esse, que já mudou a minha vida. E depois o Dani me acompanhou até o Paraíso, que fui buscar umas fotos e me deu umas dicas de publicidade. E que, por exemplo, as vezes, a gente acha que falou uma merda na hora do teste, mas na realidade ninguém nem ouviu ou então nem ligou. Conclusão disso tudo: preciso ser sempre eu mesma, e espontânea, porque é isso que eles querem. E eu preciso entender, definitivamente, que minha profissão é “me divertir”, por isso, tenho que me liberar das tensões e das posturas tão serias. Porque se eu sou artista, tenho que me mostrar como sou. E não querer ser igual a alguém ou ficar tentando ser melhor do que eu sou. Eu preciso relaxar e é isso que eu vou fazer daqui pra frente. respirar ajuda muito e manter a atenção e o foco em alguma coisa também. E não se preocupar com a cena, é algo importante para que ela realmente aconteça.
(JP cabra bom e eu)
Ocorrido em 18/02/2009
